Passe de Letra: o futebol brasileiro na Terra do Nunca.
A crônica desta semana no Troca de Passes convida o futebol brasileiro a se olhar no espelho e analisar a imagem que vê refletida.
Confira acima o vídeo da crônica:
Precisamos conversar sobre o futebol brasileiro.
Sobre o que o nosso futebol quer ser quando crescer.
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Onde o futebol brasileiro vai parar?!?! (Foto: Oglobo.globo.com) |
Porque não, ele ainda não é grande.
Está preso na terra do nunca, numa insuperável síndrome de Peter Pan.
Esse futebol é uma criança mimada que quer ganhar tudo no grito.
Está naquela idade em que a linha entre o certo e o errado ainda flutua de acordo com as vontades de momento.
É certo enganar a arbitragem?
Tenho a impressão que se o futebol brasileiro falasse, responderia que depende.
Mas o nosso futebol, ele não fala, ele grita.
E deixa bem clara a resposta.
“Enganar a arbitragem??
Só se for a favor do meu time”.
É isso que ele grita bem alto a cada pênalti cavado, a cada reclamação histriônica, a cada vez que esperneia porque o papai disse que agora é a vez do amiguinho jogar.
Somos a favor do var?
Claro, desde que acerte sempre.
Ou melhor, sempre para o meu lado.
Se o juiz está em dúvida, oras, basta berrar mais alto que qualquer imagem:
“É minha vez! A bola é minha!”.
Só falta dizer que o juiz é bobo, feio e chato.
Ou morder o amiguinho, quando a professora não estiver olhando.
Se esse tal árbitro de vídeo acertar pro rival, o outro lado logo vai dizer que está manchado o campeonato.
Vai até chamar de “estadualzinho”.
Se errar a favor, é aquele retumbante silêncio.
Não há equipe de arbitragem, com ou sem o auxílio do vídeo, que faça frente a 22 jogadores dispostos a sabotar o espetáculo.
Aliás, pode botar os treinadores nessa conta aí também.
O que é ainda mais grave, porque o mau exemplo vem de quem deveria fazer justamente o contrário.
O futebol nasceu como um esporte de cavalheiros.
Hoje é um festival grotesco de falta de educação e malandragem.
A disputa não é mais na bola, e sim para ver quem é mais "esperto".
Reportagem: Blog do Tiago Maranhão
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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