Um novo ciclo, com apenas três campeãs olímpicas - Adenízia, Tandara e Natália.
Um time que nunca havia jogado junto.
A eliminação bateu na porta duas vezes, mas o Brasil sobreviveu.
E mostrou que essa nova geração pode ser tão vitoriosa quanto as anteriores.
Neste domingo (6), em uma final emocionante contra uma jovem e talentosa Itália, o Brasil sofreu, se superou e venceu por 3 sets a 2, com parciais de 26/24; 17/25; 25/22, 22/25 e 15/8.
É o décimo segundo título do país na história do Grand Prix.
O Brasil conquistou a competição em 1994, 1996, 1998, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2013, 2014, 2016 e agora, 2017, sendo o maior campeão da história do torneio.
Foi, ainda, vice-campeão em outras cinco oportunidades.
Os Estados Unidos, com seis conquistas, são o segundo maior campeão da história.
Na final, o Brasil teve dificuldade com a jovem Paola Egonu, de apenas 18 anos.
A italiana fez 29 pontos. Mas sentiu a pressão dos momentos mais decisivos da partida.
Já a Seleção encontrou nas experientes Natália (22 pontos) e Tandara (22 pontos) a base nos momentos mais difíceis da partida.
A dupla foi fundamental na conquista.
"A equipe teve atitude. Sabíamos que não seria fácil.
Tivemos altos e baixos, mas jogamos com muita raça.
Estou muito feliz.
Um beijo para todo o Brasil", disse Tandara.
Tandara diz que atitude do Brasil fez a diferença na final do Grand Prix
Após a partida, Natália foi eleita a MVP do Grand Prix.
Ela e Bia entraram para a seleção do Grand Prix. As chinesas Zhu e Ding, as sérvias Rasic e Boskovic e a italiana De Gennaro completaram a equipe ideal da competição.
"A gente veio devagar e acabou chegando.
Cada dia é um dia e fomos felizes.
Não foram seis, não foram sete.
Foram as 12 que jogaram muito bem e resolveram o problema.
Estou muito feliz com esse título.
Foi sofrido, mas conseguimos", disse Natália.
Brasil, o país do vôlei!
Foi um domingo especial.
Além do título no Grand Prix, o Brasil também conquistou o Mundial de Vôlei de Praia com Evandro e André.
Os brasileiros não se intimidam com a torcida austríaca em Viena e venceram a decisão contra os donos da casa Clemens Dopller/Alexander Horst por 2 a 0, parciais de 23/21 e 22/2
O primeiro set foi muito equilibrado.
Apesar de jovem, com grande parte do elenco abaixo dos 25 anos, e em busca de um título inédito, a seleção italiana não demonstrava sinais de que sentiria o peso de uma final contra o tradicional Brasil.
Mesmo com Tandara e Natália jogando bem e virando a maioria das bolas, a seleção não conseguia abrir.
O set foi equilibrado até o final, quando Egonu atacou para fora, e o Brasil fechou por 26 a 24.
O erro que proporcionou o primeiro set ao Brasil não abalou Paola Egonu, principal estrela italiana.
Aos 18 anos, ela desfilou todo o seu arsenal no segundo set.
A seleção não conseguiu pará-la. Logo, a Itália abriu uma boa vantagem.
E a cada ataque de Egonu que parava no chão, o Brasil parecia desanimar.
José Roberto Guimarães tentava, em vão, dar um choque de ânimo nas jogadoras.
Mas não surgia efeito. E a Itália fechou o segundo set com tranquilidade em 25 a 17.
O terceiro set parecia um replay do segundo.
Egonu pontuava com facilidade.
O Brasil falhava na recepção e tinha dificuldade de colocar a bola no chão.
A Itália abriu logo uma boa vantagem: 18 a 11.
O set parecia perdido.
Mas foi quando Adenizia conseguiu bloquear Egonu.
A central brasileira sai vibrando muito.
O lance deu uma mexida nas brasileiras.
A confiança voltou. Logo em seguida, Egonu errou dois ataques.
O Brasil se aproximou.
E o saque passou a entrar.
Voltamos para o set e logo viramos o placar: 21 a 20.
Tandara cresceu no jogo e virou a melhor opção para Roberta.
Egonu foi novamente bloqueada. E o Brasil vira, vira, virou venceu o terceiro set: 25 a 22.
No quarto set a instabilidade voltou a tomar conta da seleção brasileira.
Caterina Bosetti passou a pontuar bastante e virou uma outra opção.
Egonu não tinha mais a mesma eficiência, mas seguia sendo a principal atacante italiana.
Novamente, o Brasil corria atrás do placar.
Chegou a estar perdendo por 19 a 13.
Assim como no terceiro set, veio a reação.
Mas, desta vez, não foi o suficiente para a virada.
E a Itália fechou em 25 a 22, levando a decisão para o tie-break.
Ao contrário dos outros sets, o Brasil dominou o tie-break desde o início.
Mais vibrante e confiante em quadra, a seleção abriu rapidamente a vantagem.
Com 18 anos, Egonu parecia sentir a pressão do set decisivo.
O Brasil chegou a abrir 11 a 4, uma vantagem monumental.
E a partir daí só administrou o placar até fechar em 15 a 8 após um erro de saque da Itália de Lucia Bosetti.
A seleção brasileira sofreu para passar da primeira fase.
Bem inconstante, só foi conseguir a vaga entre as seis melhores equipes ao vencer os três jogos do último quadrangular, disputados em Cuiabá-MT.
Na fase final, o time começou com derrota por 3 a 0 para a China, depois bateu a Holanda, de virada, no tie-break e teve que torcer na última rodada.
As asiáticas precisavam passar pelas holandesas.
Foi no sufoco, saindo de 10 a 14 no tie-break, salvando quatro match points, para garantir o Brasil na semi.
Veio então uma vitória maiúscula sobre a Sérvia e a vaga na final.
O elenco brasileiro do Grand Prix contou com apenas três campeãs olímpicas: Adenízia, Tandara e Natália.
Destaque do time nos últimos anos, Gabi, machucada, não foi chamada.
Após os Jogos do Rio, Fabiana e Scheilla disseram que não voltam mais para a seleção, enquanto Dani Lins, grávida, não pôde particiar deste Grand Prix.
Thaísa passou por uma cirurgia recentemente, enquanto Fernanda Garay pediu dispensa.
Jaqueline pode voltar para o time no ano que vem.
Primeira semana – Ancara (Turquia)
07.07 – Brasil 3 X 0 Bélgica (25/22, 25/23 e 25/18)
08.07 – Brasil 0 X 3 Sérvia (19/25, 20/25 e 19/25)
09.07 – Brasil 3 X 2 Turquia (24/26, 25/17, 25/18, 22/25 e 15/13)
Segunda semana – Sendai (Japão)
14.07 – Brasil 3 X 0 Sérvia (26/24, 25/17 e 25/22)
15.07 – Brasil 0 X 3 Tailândia (22/25, 21/25 e 27/29)
16.07 – Brasil 2 X 3 Japão (22/25, 24/26, 25/19, 25/20 e 15/17)
Terceira semana – Cuiabá (Brasil)
20.07 – Brasil 3 X 0 Bélgica (28/26, 25/19 e 25/20)
21.07 – Brasil 3 X 1 Holanda (25/17, 25/14, 18/25 e 25/19)
23.07 – Brasil 3 X 1 Estados Unidos (25/20, 25/13, 18/25 e 25/18)
Fase Final – Nanjing (China)
02.08 – Brasil 0 X 3 China (22/25, 17/25 e 27/29)
03.08 – Brasil 3 X 2 Holanda (25/27, 25/23, 22/25, 25/22 e 15/11)
Semifinal – Nanjing (China)
05.08 - Brasil 3 X 1 Sérvia (20/25, 25/23, 25/14 e 25/23)
Um exemplo de organização e mais um título para a galeria. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Final, Nanjing (China)
06.08 - Brasil 3 x 2 Itália (26/24, 17/25; 25/22, 22/25 e 15/8)
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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