Era preciso vencer apenas um set.
O clima ajudou e, sem o frio da estreia, o Brasil mostrou força e não demorou a garantir seu lugar nas semifinais da Liga Mundial.
A seleção, porém, parece gostar de se complicar.
Diante de uma Rússia apática, se mostrou instável em vários momentos.
Ao alternar lances geniais com erros bobos, a equipe de Renan Dal Zotto ficou próxima da queda.
Mas, com o apoio de 15 mil pessoas na Arena da Baixada, venceu os rivais por 3 sets a 2, parciais 25/18, 18/25, 25/19, 22/25 e 16/14, e ficou em primeiro lugar do grupo J1.
O adversário na semifinal depende do resultado do outro jogo desta quinta-feira (6).
Com os EUA classificados, Sérvia e França brigam pela outra vaga na próxima fase.
Líder do grupo J1, o Brasil encara o segundo colocado da outra chave nesta sexta-feira (7), às 15h05.
No ataque de Maurício Borges, a bola resvalou nos dedos do bloqueio russo e foi para fora.
O Brasil começou disposto a garantir logo a classificação.
Wallace, com uma pancada, venceu o bloqueio russo pela primeira vez.
Na sequência, Lucarelli precisou de duas chances para fazer o mesmo e abrir 4/1.
Parecia fácil.
Com um bom volume de jogo, defesa e ataque funcionavam em harmonia. Logo, a seleção já tinha 10/5 no placar.
Nem mesmo o bloqueio russo funcionava.
Depois de bela defesa de Bruninho, a bola foi para Wallace, sem marcação, afundar na quadra rival.
Àquela altura, o placar já marcava 13/7, para desespero do técnico Sergey Shliapnikov.
Ainda assim, a Rússia conseguiu ensaiar uma reação.
Foi por pouco tempo. Com tranquilidade, seleção garantiu a vaga na semifinal: 25/18.
Faltava buscar a liderança do grupo. Já eliminados, os russos queriam ao menos dar trabalho aos rivais.
Melhores em quadra, os europeus largaram na frente no segundo set e abriram 8/4. Brasil diminuiu o o ritmo e passou a errar tudo o que não errou na parcial anterior.
Renan, então, tentou a inversão 5x1. Wallace e Bruninho saíram, entraram Rapha e Renan Buiatti. Éder também entrou no lugar de Lucão.
A seleção cresceu e, aos poucos, conseguiu tirar a diferença no placar.
A melhora do Brasil assustou a Rússia, que voltou a errar tudo o que tentava.
A desvantagem, que fora de seis pontos, caiu para dois (12/10).
A reação brasileira, porém, não foi suficiente para virar a parcial.
Na reta final, os rivais voltaram a disparar e fecharam em 25/18.
Na volta à quadra, Renan desfez a inversão, mas manteve Éder no lugar de Lucão.
A seleção abriu a contagem com um ponto de bloqueio, mas a Rússia logo virou para 3 a 1.
Depois de um toque russo na rede, Renan pediu desafio.
A demora foi ainda maior que nos outros dias, mas valeu.
O ponto foi para o Brasil, que cresceu em quadra depois disso.
A atuação já não era tão boa quanto no primeiro set.
Não tinha problema.
Do outro lado, a Rússia se afundava em erros e abria as portas para a vitória brasileira.
Com tranquilidade, a seleção fez 14/8.
A Rússia, como no início da partida, ensaiou uma reação.
O Brasil, porém, contava com uma tarde inspirada de Lucarelli e Maurício Borges.
A liderança na chave chegou com a vitória por 25/19 na parcial.
No quarto set, a seleção russa voltou a se impor no início.
Instável como em toda a sua sequência na Liga, o Brasil tinha problemas para encaixar seu jogo.
Os rivais, então, abriram 13/7.
A seleção tentou reagir.
Otávio e Rodriguinho foram à quadra, e os donos da casa conseguiram encostar na reta final depois de ponto de Wallace (21/18).
Não foi suficiente.
No erro de saque do oposto, a Rússia fechou em 25/22 e forçou o tie-break.
Éder subiu alto e soltou o braço para abrir a contagem na parcial decisiva.
A Rússia, porém, se manteve na briga.
O Brasil tinha problemas, mas contava com a torcida para tomar a frente.
Tarde de Lucarelli. (Foto: Globoesporte.globo.com) |
Depois de um vacilo quase infantil dos rivais, Lucarelli deu uma pancada na bola e fez 5/3.
Mas o time da casa voltou a entregar o jogo para os russos, que abriram 10/8.
A seleção brigou e conseguiu empatar em 12/12.
Com um sofrimento desnecessário, fechou a partida em 16/14.
Reportagem: Globoesporte.globo.com
Adaptação: Eduardo Oliveira
Revisão de Texto: Ana Cristina Ribeiro
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