Após uma primeira fase tranquila, que contou com duas goleadas sobre China e Suécia, a seleção feminina de futebol fez seu jogo mais difícil na Olimpíada nesta sexta-feira (12).
Mas com muito sofrimento, o time arrancou uma vitória nos pênaltis por 7 a 6 sobre a Austrália no Mineirão, após empate sem gols no tempo normal, e avançou à semifinal.
A craque Marta perdeu sua cobrança na disputa de penalidades, mas a goleira Bárbara se tornou a heroína ao fazer duas grandes defesas e garantir a classificação.
Empurrada pela torcida, a seleção dominou, mas perdeu muitos gols e só conseguiu balançar a rede nos pênaltis.
De quebra, o triunfo serviu como revanche, já que as australianas eliminaram o Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2015.
O Brasil enfrenta na semifinal a Suécia, adversário que já foi atropelado por 5 a 1 na primeira fase.
O jogo acontece às 13 horas (de Brasília) da próxima terça-feira (16), no Maracanã.
A decisão por pênaltis não foi para os fracos de coração. Após oito cobranças perfeitas, quatro de cada lado, Marta, logo ela, perdeu a quinta batida do Brasil, parando em defesa da goleira Williams.
A Austrália só precisava fazer seu último pênalti para avançar, mas Bárbara, de 1,73 m, voou no canto para espalmar o chute de Gorry.
Seis cobranças mais tarde, Bárbara novamente brilhou e defendeu a batida da zagueira Kennedy para selar a classificação.
Já Andressa Alves, Andressinha, Beatriz, Rafaelle, Debinha, Mônica e Tamires foram as responsáveis por balançar a rede na disputa decisiva.
A principal estrela da seleção sofreu com um posicionamento diferente e uma marcação cerrada.
Sem a lesionada Cristiane, Marta foi deslocada da ponta direita para a faixa central do campo, e teve dificuldade para escapar das atenções da volante Van Egmond.
Sem liberdade para arrancar com seus dribles característicos, Marta foi mais importante para abrir espaço para as companheiras e na cobrança das bolas paradas.
Já a partir do segundo tempo, ela voltou a atuar mais aberta e subiu de produção, mas não conseguiu ser decisiva com a bola rolando.
Nos pênaltis, foi a única brasileira a errar sua cobrança, mas acabou "salva" por Bárbara.
O Brasil enfrentou um adversário totalmente diferente dos três da primeira fase.
Em vez de se retrancar, a Austrália adiantou a marcação e complicou bastante o jogo da seleção, que sofreu diante de um time muito forte fisicamente.
Apesar disso, as oportunidades no tempo normal apareceram e as brasileiras não souberam aproveitar: Thaísa bateu fraco após boa bola ajeitada por Formiga, Debinha atirou por cima depois de uma enfiada de bola magistral de Andressa Alves, e a própria Andressa bateu torto ao sair na cara do gol no segundo tempo.
No final, Williams ainda fez milagre ao salvar desvio de Andressa Alves à queima-roupa.
Tanto Brasil como Austrália mostraram sinais claros de cansaço no tempo extra.
A equipe da Oceania recuou a marcação e passou a apostar em contra-ataques que levaram perigo ao Brasil – duas vezes, as australianas tiveram chance de finalizar e erraram o alvo.
Já as brasileiras seguiram atacando sem parar e voltaram a ter chances, mas não tão claras quanto as do tempo regulamentar. Vadão só mexeu no time faltando cinco minutos para o fim, colocando Andressinha no lugar de Thaísa, e o placar não saiu do zero.
Com a saída por lesão de Catley e a entrada de Logarzo ainda no primeiro tempo, a Austrália ficou em campo com as exatas 11 jogadoras que eliminaram o Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo do ano passado.
E mostrou novamente ter um ótimo time: o meio-campo marcou e rodou bem a bola, as pontas Kerr e De Vanna atacaram com velocidade e as centroavantes Simon e Heyman brigaram com muita força física.
Foi sem dúvida o adversário mais complicado para a seleção até aqui.
Muita fé e emoção nos pênaltis. (Foto: Olimpiadas.uol.com.br) |
Final, Brasil classificado 0 (7) Austrália eliminada 0 (6).
Reportagem: Olimpiadas.uol.com.br
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